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Alêtheia Editores: Investigação histórica analisa dois fenómenos universais: Aparições de Fátima e Revolução Comunista na Rússia

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O que faz um ícone ortodoxo numa igreja ortodoxa por detrás do Santuário de Fátima [em Portugal]?

Esta pergunta foi o ponto de partida que levou o investigador, jornalista e escritor português José Milhazes à escrita do livro “A Mensagem de Fátima na Rússia”, editado sob a chancela da Alêtheia Editores.

A obra foi apresentada em Fátima ao final da tarde de 8 de Setembro, num cenário particular: a Capela Bizantina do Hotel Domus Pacis, precisamente o local onde José Milhazes viu pela primeira vez, há anos, numa pequena capela lateral, o Ícone da Mãe de Deus de Kazan que originaria a interrogação acima.

“Não tive como objectivo discutir o fenómeno das aparições [de Fátima], limitei-me muito a apresentar factos, nomeadamente quando surge pela primeira vez a temática de Fátima na Rússia”, esclareceu.

Dividida em seis capítulos, a obra apresenta documentos inéditos relacionados com a história da ex-União Soviética e relata a história do Ícone da Mãe de Deus de Kazan. Para capa foi escolhido um outro ícone, o de Nossa Senhora de Fátima venerado na Igreja de S. João Baptista em São Petersburgo.

“Limitei-me a pegar nos documentos existentes”, afirmou José Milhazes, com “muito cuidado”, “porque as palavras pesam”. Uma preocupação persistiu, a de não melindrar as relações entre a Igrejas Cristãs Ortodoxa e Católica, tema que a obra também explana sob a interrogação que encabeça o primeiro capítulo: “Para quando a união das duas Igrejas irmãs?”.

Nesta relação Fátima–Rússia destaca-se, assim o entende José Milhazes, uma pessoa em especial, João Paulo II: “Em todo este processo há uma personagem central que é João Paulo II e o facto de ser eleito um Papa eslavo, uma ideia genial que muito contribuiu para a desintegração do Comunismo e da Europa de Leste”.

Na apresentação da obra em Fátima, Pedro Gil, director do Gabinete de Comunicação do Opus Dei em Portugal sugeriu com ironia: “deveríamos começar por um livro A Mensagem de Fátima em Portugal”. “Em Portugal todos sabem o que é Fátima – Maria apareceu a três crianças e pediu para rezar – mas poucos conhecem a Mensagem de Fátima”.

Ao elogiar o Santuário por, no contexto da celebração do Centenário das Aparições, promover iniciativas para dar a conhecer o fenómeno e a mensagem de Fátima, Pedro Gil referiu que a obra de José Milhazes, “livro de teor histórico e suficientemente auto-explicativo”, com uma “quantidade de fontes históricas que impressiona”, tem que ver com o chamado Segredo de Fátima. “É a segunda parte do Segredo que faz com que exista este livro”, disse.

“Um dos aspectos mais impressionantes [das Aparições] foi a transformação que se deu no coração das três crianças, […], tornaram-se uns apaixonados de Deus de um modo que ultrapassa muito a forma como as crianças confiam em Deus”, reflectiu.

A Mensagem de Fátima relacionada com conversão da Rússia é uma “mensagem sobre o futuro, cujo cumprimento não sabemos se está ou não concretizado, contém um evidente enigma”, referiu Pedro Gil.

“O livro faz o retrato não da Rússia a que se referia a visão, tema que não entra, mas da Rússia que surge em 1917 e depois se expande em 1945”, afirmou Pedro Gil que sublinhou alguns dos principais elementos que se encontram na obra. “A Rússia foi palco da maior e mais sistemática tentativa de pôr fim à religião enquanto fenómeno social; o regime comunista declarou o ateísmo como a ideologia oficial e o anti-clericalismo foi uma das componentes mais importantes nessa campanha”.

Pedro Gil apontou que “o livro contem duas previsões de José Milhazes”. A primeira tem que ver com a união, “num futuro longínquo”, entre as Igrejas Ortodoxa e Cristã, depois de um caminho de superação de “enormes obstáculos”.

A segunda é a de que o “Papa traga em 2017 para Fátima o Ícone de Kazan”, para, nas próprias palavras de José Milhazes no final do livro, o entregar às autoridades eclesiásticas portuguesas, “para que ocupe o lugar da relíquia russa no Templo Bizantino por detrás da Basílica de Nossa Senhora de Fátima”.

9 de setembro de 2016

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